12 de setembro de 2008

O desafio do educador diante das novas tecnologias


Dentro de uma perspectiva educacional o uso de uma série de tecnologias, que deveriam ter intenção pedagógica, tem sido alvo de discussões e questionamentos, ora por evidenciar o descomprometimento dos educadores em se adequarem às inovações que perpassam a nossa sociedade, em atitudes visíveis de ceticismo ou pura acomodação, ora porque tais tecnologias provocam deslumbramento acompanhado às vezes de insegurança quanto aplicação desses recursos na prática de sala de aula.


O que é interessante de se destacar nesse cenário é a visão incompleta do educador no seu julgamento a respeito do que seja uma inovação tecnológica, pois atribui apenas às ferramentas tal condição esquecendo-se que estas implicam em novas metodologias, posturas, exigem adaptação no fazer pedagógico que também deveriam ser consideradas inovadoras.


Ressalta-se que no ambiente escolar admite-se que existam profissionais que façam o uso banalizado dessas ferramentas tecnológicas como a televisão, rádio, retroprojetor, computador, data-show, quadro negro, sem a contextualização com os objetivos da aula só para se sentir mais seguro, ou pior do que isso quando o cotidiano escolar é cercado de disputa e rivalidade pelos próprios educadores, que enxertam essas ferramentas nas aulas a procura de status.


No que se refere aos computadores, recurso atualmente mais utilizado, Luca Rischbieter (2000) afirma que é possível fazer uma ótima educação sem os mesmos, porém eles podem ser importantes auxiliares de uma boa educação como também podem não servir para muita coisa, se forem usados sem mudar em nada os modos tradicionais da escola funcionar.


À frente do seu tempo Célestin Freinet desenvolveu uma técnica simples e revolucionária, que denominou '' correspondência inter- escolar''. Esta consiste numa troca pelo correio tradicional de textos, desenhos e poesias com as escolas da França, Europa e da África. Apesar de não ter conhecido a rede mundial de computadores, internet, Freinet idealizou uma proposta voltada para as trocas de informações entre crianças de outros lugares possibilitando um novo fazer educacional, o que é louvável para sua geração.


Outro educador que potencializou o uso dos computadores de forma diferencial, Herbert Kohl, acreditava que a utilidade desses instrumentos não se limita a uma disciplina em especial, mas contribui de forma significativa em todos os âmbitos da escola.


Para Gatti (1992) a ignorância tecnológica dos educadores não é uma falha que compete apenas aos mesmos, isso decorre de uma “estrutura de formação” da qual estes são vítima, repercutindo na atuação destes. Todavia a responsabilidade de ampliar tais discussões cabem aos docentes para que as falhas do passado não tornem a se repetir.


Considerando as problemáticas já mencionadas referentes à adaptação a essa nova realidade é que nos faz acreditar no despreparo dos docentes, num retardo preocupante diante das necessidades que as escolas do século XXI projetam sobre este profissionais.







Referências




BRITO, Galucia da Silva; PURIFICACAO, Ivonélia da. Informática na Educação. Curitiba: Facinter, 2005.




RISCHBIETER, Luca. Guia Prático de Pedagogia Elementar. Curitiba: Nova Didática, 2000.





6 de setembro de 2008